Da Miuzela para o Mundo

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A Quinta da Vancemelha

12-06-2010 19:33

 A Quinta da Vancemelha, graças ao labor do Zé Prata, tornou-se nos últimos anos num local de culto e de peregrinação frequentado por muitos.

Nesta última Páscoa e à semelhança do que aconteceu em anos anteriores, lá fui mais uma vez até à Miuzela.

Num dos passeios a pé que habitualmente realizo com a família pelas ruas da terra, cruzei-me com o Zé. Vinha ele da sua Quinta, conduzia habilmente o tractor com a mão direita enquanto a esquerda segurava cuidadosamente a sua inseparável cadela, guardiã fiel dos bens do seu dono. Logo que me avistou à distância abrandou a marcha da máquina para que pudesse parar em segurança junto de nós. Iniciei então a saudação manual da praxe. De imediato e evidenciando uma rapidez de reflexos invejável, o canídeo respondeu-me com ar ameaçador, por julgar que o seu dono corria riscos. Depois das coisas terem acalmado entre mim e cadela, após uma breve conversa para confirmar que estava tudo bem entre nós, o Zé serenamente, com o humor peculiar, o que provocou em mim uma forte gargalhada, pediu-me para cumprimentar a múmia referindo-se a um amigo que o acompanhava imediatamente atrás, sentado no atrelado. O que fiz, sem aqui revelar o nome da personagem.

Naquela breve troca de palavras ficou o convite para eu passar na sua VANCEMELHA.

O Zé Prata é conhecido na urbe afectuosamente pelo Zé Pinguinhas. A Quinta da Vancemelha é um local paradisíaco, onde o Zé acolhe a todos com a sua grande generosidade, simpatia e reconhecida hospitalidade. A portaleira para quem passa no serro, está sempre aberta. Poucos são aqueles que não conhecem a Quinta do Zé Pinguinhas.

Passados alguns dias, enquanto a Matilde a Carolina e o Francisco apanhavam marujas na lameira da quinta da Lurdes, aproveitei e por ser perto passei por lá.

Enquanto saboreávamos o precioso néctar dos deuses, falámos entre outras coisas, das vinhas e do vinho, disse-me por exemplo que estava preocupado com o futuro das castas genuínas, responsáveis pela identidade e sabor únicos do vinho da Miuzela. Referiu que está actualmente a plantar uma vinha nova com as tais que pertencem ao linguarejo popular e sabores da minha infância: bastardo, bastardinho, frogusão, rossete, alva, chasselá, etc.

O Zé Pinguinhas por ser assim, é também ele, um homem à frente do nosso tempo, numa altura em que a vinha da Miuzela está em risco de extinção, é espantoso ele querer preservar as castas. É remar contracorrente, é querer preservar a história, não há muitos assim. Boa Zé!

E foi também de homens que falámos naquela bela tarde de Primavera, à Beira-Côa, concordámos que houve pessoas que marcaram a Miuzela. Eram os HOMENS DE PALAVRA, pela sua verticalidade, credibilidade, seriedade, sensatez e sentido de justiça evidenciados, era habitual naquele tempo serem escutados e procurados, frequentemente para dirimir conflitos sociais relacionados por exemplo com desentendimento em partilhas, colocação de marcos, etc.

A PALAVRA verbalizada era escutada pelas partes em conflito diminuindo a tensão entre eles. A sua mediação contribuiu e muito para o apaziguar das relações, enquanto aumentava a felicidade das pessoas.

Foi triste vê-los partir, não devia ter acontecido, criaram um vazio impossível de preencher.
Quantos são hoje os homens de palavra?
Um abraço Zé

Por : António José do Carmo Gonçalves

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